10 de maio de 2007

Chuchurumel | Canção da trovoada

Canção da trovoada é um dos temas de Posta restante, o novo disco de Chuchurumel.



Silvina de Jesus Marques | Valhelhas [Guarda]
Videoclip de Tiago Pereira

8 de maio de 2007

Apresentação do novo disco de Chuchurumel


No próxim dia 12 de Maio terá início a apresentação do novo disco, posta restante. Gravado por César Prata e masterizado por Hakan Akesson na Cutting Room, o disco foi produzido e misturado pelo próprio grupo, incluindo ainda um videoclip de Tiago Pereira (vencedor do DocLisboa 2006 com o trabalho 11 burros caem no estômago vazio). Chuchurumel escreveu cartas a pessoas que lhe são caras. Cartas musicais. E quer enviá-las à maneira antiga, para uma qualquer Posta-Restante. Os destinatários não possuem morada fixa: são seres que erram no universo desta paixão que é a Música Popular Portuguesa.

De momento encontram-se confirmados os seguintes concertos de apresentação:

12 de Maio 17:00 FNAC Santa Catarina [Porto]
12 de Maio 22:00 FNAC GaiaShopping [Porto]
13 de Maio 17:00 FNAC NorteShopping [Porto]
18 de Maio Guimarães Pavilhão Multiusos [Concerto integrado na XIX Feira de Artesanato]
19 de Maio 22:00 FNAC [Coimbra]
24 de Maio 15:00 Teatro da Luz [Lisboa] Viva a Música Antena 1
25 de Maio 21:30 FNAC Fórum [Almada]
26 de Maio 18:00 FNAC Chiado [Lisboa]
26 de Maio 21:30 FNAC Colombo [Lisboa]
27 de Maio 17:00 FNAC [Cascais]
21 de Julho Casa da Música [Porto]

Aqui fica o alinhamento do disco:
i ~ deus te salve, ó rosa [carta para para josé luís aguiar da cruz santos]
Tradicional Aljezur [Algarve] - Recolha de Michel Giacometti
ii ~ coquelhada marralheira [carta para mário correia]
Tradicional Freixiosa [Trás-os-Montes] - Recolha de Mário Correia
iii ~ canção das maias [carta para josé franco]
Tradicional Alfaiates [Sabugal] - Recolha de José Franco
iv ~ galanducha [carta para josé p. da cruz]
Tradicional Marmeleiro [Guarda] - Recolha de José P. da Cruz
v ~ moinho picarnel [carta para os músicos]
Chuchurumel [Música casual Riu piu piu]
vi ~ para lá da porta [carta para michel giacometti]
César Prata
vii ~ casório divertido [carta para júlia fonseca]
Tradicional Aldeia do Bispo [Guarda] - Recolha de Américo Rodrigues
viii ~ tenho um lilás no meu jardim [carta para gastão augusto rodrigues
Chuchurumel
ix ~ o vos omnes [carta para fernando lopes-graça]
Tradicional Redondo [Alentejo] - Recolha de Michel Giacometti
x ~ rico franco [carta para domingos morais]
Tradicional Vilar de Amargo [Figueira de Castelo Rodrigo] - Recolha de José P. da Cruz
xi ~ alta vai a lua [carta para GEFAC]
Tradicional Trás-os-Montes - Recolha de Domingos Raposo
xii ~ era uma vez um burrinho [carta para francisco domingues]
Letra Tradicional - Música César Prata
xiii ~ canção da trovoada [carta para silvina de jesus marques ]
Tradicional Valhelhas [Guarda] - Recolha de Chuchurumel

Crítica ao novo disco de CHUCHURUMEL

O primeiro álbum dos Chuchurumel, «No Castelo de Chuchurumel», apontava já as pistas seguidas pelo duo de Julieta Silva e César Prata neste segundo trabalho, «Posta Restante». Mas com a diferença, fundamental, de que enquanto no primeiro disco essas pistas levavam a caminhos diferentes, raramente se cruzando ou intersectando - num dos caminhos havia recolhas de música no terreno, no outro o próprio trabalho do grupo, mas sem ligação óbvia entre os dois «universos» -, em «Posta Restante», pelo contrário, as recolhas encaixam-se na perfeição na música do grupo. Mais a mais, uma música que evoluiu imenso em invenção, experimentação, tentativa - quase sempre muito, muito bem conseguida - de levar uma música antiga, rural, rude na sua origem, para a modernidade, uma certa urbanidade global, um grau de sofisticação raro em projectos portugueses. Em «Posta Restante» - assim chamado porque cada canção é uma «carta» a pessoas conhecidas ou anónimas que lhes deram a conhecer a maioria destes temas (embora também haja alguns originais dos Chuchurumel) - podem ouvir-se guitarras sintetizadas em distorção, programações trip-hop, vozes arrancadas à terra (como a senhora de «Coquelhada Marralheira»), sanfonas, acordeão e gaitas-de-foles, gravações de vários ambientes - os disparos a dar a base de «Rico Franco» ou o ritmo do moinho de água são um achado -, aproximações a danças europeias e até ao fado. E sempre com um bom-gosto irrepreensível. (9/10)

(Crítica do jornalista António Pires, originalmente publicada no blog Raízes e Antenas)