28 de setembro de 2010

SOPROS



sopros...
sopros de vida...
foi há muito, muito tempo quando a terra ainda era jovem, novinha em folha que apareceu o primeiro homem...
o tempo foi passando, passando e chegámos ao nosso tempo....
pensamos, reflectimos, sonhamos, sabemos que não podemos voltar atrás no tempo e recomeçar de novo, mas podemos começar agora a sonhar e fazer um novo fim...
misturamos o sopro de vida com o sopro da morte, enterramos a morte e abrimos o baú das recordações bem vivas... começamos nas mais recentes e caminhamos para as mais antigas quando éramos pequenos — mesmo pequeninos — e ainda chorávamos no berço
e a vida (que crescia em nós) estava no principio...
pelo meio recordamos a morte mais recente, o sofrimento e a solidão; depois a velhice alegre, cheia de tagarelice, partilhada ao sol.... recordamos o namoro e as danças apaixonadas, as brincadeiras de crianças, a alegria
estamos no início, temos medo, mas sopramos a vida cheios de novos sonhos, cheios de amor....
partilhamos, primeiro entre amigos, a maravilhosa aventura que é a vida; sonhámos, cantámos e até dançámos, embalados pelas músicas e por histórias maravilhosas.... Pusemos mãos à obra e criámos um sonho, um sopro de vida que agora queremos partilhar com toda a gente....
e, afinal, este é um fim ou um novo princípio?
se "uma vida só tem história do principio para o fim se a tiver do fim para o principio", então esta história começa, acaba, recomeça e reinventa-se sempre que alguém sopra....
obrigado por soprarem connosco....
Pneto



Ficha Técnica
Textos
”A criação segundo os Sioux” (adaptado)
“O que diz a Morte” (Antero de Quental)
“Fragmento 88” (Bernardo Soares)
“Testamento” (Ana Luísa Amaral)
“Para Sempre” (Carlos Drummond de Andrade)
“A vida e a morte” (Florbela Espanca)

Canções
“Sopros” (César Prata/Sandra Santos)
“Meu pai, meu pai” (César Prata — a partir de pranto fúnebre recolhido por M. Giacometti em Várzea, Soajo)
“Boa noite, amor” (J.M. Abreu e F. Matoso)
“Dorme, dorme, meu menino” (Tradicional — recolhida por Leite de Vasconcelos em Cercosa, Viseu)
“Dorme, dorme, meu menino” (Tradicional — Castanheira, Guarda)
“Senhora D. Anica” (Tradicional)
“Era uma vez um cavalo” (Tradicional)
“Larau, larito” (Tradicional)
“Dorme meu querido” (Excerto de "A Venerável Tia Baptista do Ceo Custódio, Assombros da vida
e morte prodigiosa"- 1679/César Prata)
“O que é a vida e a morte” (Florbela Espanca/César Prata)


Dramaturgia: César Prata e Sandra Santos
Direcção Artística: César Prata e Sandra Santos
Assistente de direcção: Paulo Neto
Intérpretes: César Prata e Sandra Santos
Música: César Prata
Desenho de luz: Paulo Neto
Figurinos: José Rosa
Costureira: Svetlana Molchanova
Cenografia: ACERT
Carpintaria: Carmosserra
Design gráfico: Zé Tavares
Fotografia: Carlos Fernandes e Carlos Teles
Registo vídeo: Zito Marques
Produção: ACERT, 2010
Agradecimentos: Claúdia Barato; Fernando Paz; Filipa Alexandre (Teatro e Marionetas de Mandrágora); Jorge Santos; Rute Ramos e a toda a equipa da ACERT.

Estreia: 1 de Outubro de 2010, ACERT, Tondela
Duração: 50 minutos

11 de maio de 2010

Simplesmente complicado



Este é o cartaz da co-produção Projéc~ CENDREV: "Simplesmente Complicado" com estreia marcada para dia 26!
Trata-se de uma peça de Thomas Bernhard, encenada por Américo Rodrigues e protagonizada por Rui Nuno. A música é minha, a cenografia e figurinos são de Zigud e o desenho de luz é de António Rebocho.
Ficará em cena no TMG entre 26 e 29 de Maio.